Na noite do último dia 12, a Escola Estadual Ademar de Melo, com muita empolgação, recebeu o mais tradicional evento cultural da cidade, o Grande Papo, em sua 181ª versão. O vice-diretor da escola, Edgard Silva, reuniu no poliesportivo da escola mais de 150 alunos que, atenciosos e participativos, fizeram centenas de perguntas inteligentes sobre o tema Preconceitos, dando preferência para estes: homofobia, racismo, classes sociais, portadores de deficiências, ex-presidiários, drogados e alcóolatras. Formaram a mesa debatedora o cabeleireiro Johnny Campos e a psicóloga Nalieni Gonçalves. Confira, em resumo, o que eles disseram. HOMOFOBIA - “O preconceito de antigamente era mais agressivo, porque as pessoas se aproximavam e escancaravam o seu preconceito, na base da força... até pedras eles jogavam... precisavam mostrar que tinham preconceito. Hoje, apesar de ainda existir o preconceito, ele é de uma forma diferente, menos agressivo. Acho que as pessoas estão com a mentalidade mais aberta. O preconceito ficou mais na base da fala, do deboche, do menosprezar, ignorar... Claro que isso doi também, mas não deixa tantas marcas, como era antes... Mas, além do preconceito contra os homossexuais, que foi o mais debatido nesta noite, eu e a psicóloga Nani também conseguimos dar uma explicação melhor sobre as condições do negro, do pobre, do deficiente, etc. Os preconceitos, infelizmente, vão existindo, mas esta noite foi realmente um grande papo”, declara Johnny com o coração super aberto. O PODER DA GRANA - “O preconceito advém da diferença que um faz do outro. As pessoas se agrupam e ficam perto dos iguais. Na sociedade, o diferente é o que incomoda, é aquele com o qual não sabemos lidar. Exatamente por isso é que acontece o pré... conceito, pois o que é diferente de mim eu penso que é ruim. Houve neste Grande Papo muitos questionamentos sobre questão do racismo e do homossexual, mas existem vários outros tipos de preconceitos, inclusive contra a mulher, os obesos, os fumantes, os alcóolatras e por ai vaí. Os alunos falaram também sobre o rico que pensa que é melhor que o pobre e é verdade, porque, infelizmente, no Brasil, o dinheiro é associado ao poder. Então, os ricos querem impor os seus desejos como norma de comportamento por ter dinheiro. Nas questões judiciais, por exemplo, o rico quer se safar, ser tratado diferente... Infelizmente, trata-se de uma realidade brasileira,” lamenta Nalieni Gonçalves, psicóloga pela PUC. SHOW E PRÊMIOS - Antes do debate, a cantora Graciana Duarte (9916-6242) fez um esquenta com os alunos que, animados, cantaram com ela. Após, foi realizado a tradicional sabatina Ganha Prêmio, quando brindes da CTBC e da Itambé foram sorteados. * O próximo Grande Papo, cujo tema será Vida de Casal, acontecerá na Casa de Cultura, na noite de 17 de maio com alunos do Cesec, mas o acesso é gratuito e aberto a quem quiser participar.