Está chegando a campanha nacional de multivacinação e o tradicional Dia D, que acontece anualmente em todo o Brasil, em outubro, para a atualização da caderneta de vacinação de crianças e adolescentes menores de quinze anos. Neste ano, o Dia D acontece no dia 16 de outubro, sábado. Para saber mais, a reportagem GP conversou com Jean Santos, do Rotaract Club de Pará de Minas. Veja.

“Enquanto o país avança na imunização contra a covid, a cobertura vacinal para outras doenças está muito baixa. Já falamos de covid a tanto tempo e a vacinação de outras doenças estão sendo deixadas de lado. A imunização geral ficou em apenas 75% no ano passado, sendo que o ideal são taxas sempre acima de 90%, o que acentua uma queda desde 2015 e que abre as portas para que doenças já erradicadas do país ressuscitem. O índice de vacinação brasileira regrediu em 2020 a taxas de coberturas similares a do ano de 1980,” ressalta Jean.

AS IMUNIZAÇÕES CONTROLAM DOENÇAS - “O Brasil e o mundo tem visto as vacinas se tornarem vítimas de seu próprio sucesso. Como as imunizações controlaram doenças, as pessoas pensam que não precisam mais se proteger e abrem mão da vacinação, sem se dar conta que ela precisa acontecer de forma contínua. As pessoas mais jovens, principalmente, tendem a não perceber a importância da vacinação, de doenças que essas pessoas as vezes não conhecem e acham que não precisam se vacinar ou vacinar seus filhos. Para melhor exemplificar o que tem ocorrido no Brasil, temos como exemplo o retorno do sarampo, que reapareceu após anos de irradicação e voltou por causa das baixas coberturas vacinais. Temos também outras doenças eliminadas no país que podem voltar pela queda de cobertura vacinal, como rubéola, tétano e a poliomielite, que é a paralisia infantil, além de outras doenças controladas pela imunização. Hoje no Brasil, para febre amarela, sarampo e poliomielite, temos uma cobertura vacinal muito baixa. Tivemos algumas endemias de febre amarela no Estado de Minas Gerais e ela tem uma letalidade de quase 100%, ou seja, quase 100% de quem contrai a febre amarela vem a óbito. E é uma doença que tem uma vacina eficaz disponível.”