Selo GP - Rodrigo Roreli Laço
Fundação: Francisco Gabriel
Bié Barbosa
Alcance, credibilidade e
imparcialidade, desde 84
ANO 40
Nº 2010
11/03/2024


Colunista
Colunista

GENTE PENSANTE - 22/10/2020

O editor GP escreve mais uma crônica: O que está por trás dessas ondas ditadas pelo governo, para combater o coronavírus?

VEJA NA EDIÇÃO 1838: NAS BANCAS DE 23/10 A 29/10. DEPOIS, SÓ NA GAZETA. Veja também a crônica deste mesmo colunista da edição 1835 abaixo:

CASAL É QUE NEM TAMPA COM PANELA. CADA UM TEM A SUA!

No aconchegante restaurante campestre, com fogão de lenha enorme, no centro do espaço, com saborosas comidas mineiras expostas sobre ele e sendo servidas pelos próprios frequentadores, a moça de corpo perfeito, ao chegar, exclamou para os amigos que a acompanhavam:

- Oba, gente, preço único e sem balança! Vamos matar a fome hoje e esquecermos dos preços altos da capital, inclusive do arroz (risos).

Acima do fogão estavam pendurados dois enormes cachos de bananas Maçãs, bem madurinhas, com aquelas pintas marrons sobre suas cascas, anunciando como elas deveriam estar dulcíssimas. Vendo aquilo, o rapaz com turbante multicor perguntou:

- E estas bananinhas também estão incluídas na conta, como sobremesa?

Ao ouvir o sim da garçonete, ele deu um grito:

- Urruuuu!

Passada a euforia da chegada, com todo mundo faminto, após terem passado a manhã inteira e parte da tarde visitando as inúmeras cachoeiras daquela extensa cordilheira, a animada turma começou a perceber um certo zum, zum, zum entre o proprietário do restaurante e sua esposa, na cozinha, vazada para o restaurante. 

A moça curiosa perguntou para a garçonete, enquanto ela servia a mesa com pratos, talheres, bebidas e sucos:

- Por acaso, aquele casal lá está brigando ou é sempre assim mesmo?

Olhando rasteiramente para um lado e, depois para o outro, a garçonete cochichou:

- Eles são os donos daqui e pra falar a verdade ela é a maior inimiga que ele tem. Vira e mexe, ela fala que, um dia, ainda vai envenenar a comida dele... Há uma guerra declarada entre eles. Aqui, se um de nós, empregados, mostrar simpatia por um dos 2, o outro, imediatamente, se emburra e se vira contra a gente. Para esses 2, gostar de um deles significa odiar o outro e a impressão que me dá é que eles gostam de viver assim, entre tapas e beijos, se é que ainda tem (riso). O combustível da vida deles chama-se desavença (risos).

Ao retornar para o balcão, a dona do espaço perguntou em voz alta para a garçonete:

- O que você tanto falava naquela mesa, sua tagarela?

- Estava só dando umas dicas sobre as outras cachoeiras que eles querem conhecer amanhã... 

Retornando à mesa, dali a pouco, ela continuou falando:

- Mas sabe que eles se completam, de alguma forma? Ela é ligadona e vê tudo, antes de todos. Coisas que ninguém vê! Por sua vez, ele, mais paxá, só vê depois, mas enxerga detalhes que ela, por sua vez, nunca vê!

E você, já percebeu que todo casal é assim mesmo: formado por opostos que se completam, que nem uma tampa com a sua panela? Uma boa leitura!

Mais da Gazeta

Colunistas