O editor GP escreve mais uma crônica: A felicidade familiar e a desvalorização imobiliária

VEJA NA EDIÇÃO 1830: NAS BANCAS DE 28/08 A 03/09.

Veja também a crônica deste mesmo colunista da edição 1829 abaixo: 

PAI TAMBÉM PODE TER ATITUDES DELICADAS COMO AS, DA MÃE?

Desde quando a 1ª filha do jovem casal completou 3 aninhos, as cobranças das avós de ambos os lados começaram:

- Como vocês são marinheiros de 1ª viagem vou meter o bico: está na hora de tirar a chupeta dessa menininha linda!

- Vou falar com você, que é meu filho. e você fale com a minha nora, que, se não tirar o bico da filhinha de vocês agora, ela poderá ficar dentuça. Melhor prevenir, porque, quando ela for adulta, terá de usar aparelho dentário que, além de caro, é o maior sofrimento.

Como se não bastassem todas as cobranças que aquele jovem casal sofreu para marcar o casamento e depois para ter logo o 1º filho, agora mais uma. A esposa  médica, sem tempo para quase nada, pediu socorro ao marido arquiteto, com o tempo um pouco mais flexível. E, antes que ele pudesse responder um não, ela usou a inteligente argumentação:

- Você é tão criativo! Tenho certeza que você encontrará uma solução bem diferenciada para retirar o bico dela, para não fazê-la sofrer.

E para ver a querida filhinha sem sofrimento começou ele a sofrer, buscando uma solução para o caso. E assim, naquele fim de semana, convidou a esposa e a filhinha para um passeio no Centro da cidade, para comprar uma balão de gás. A menina brilhou os olhos, dizendo:

- Balão, balão!!! Eu telo!

Na hora de comprar o grande e amarelo balão de gás, o pai perguntou para a garotinha:

- Quando a gente solta o balão para onde ele sobe?

- Pu céu!!!

- Isso mesmo! E você sabe o que tem no céu?

- Anzinhos e Zesus.

- Sabia que eles estão querendo que você envie para eles o seu biquinho, amarrado no cordão do seu balão?

- É, papai?

- É. Lá tem um anjinho muito pequenininho, precisando de um bico e você já está grandinha e já pode dar de presente para ele, não pode?

- Pode, respondeu a menina balançando positivamente a cabecinha.

O pai, então, amarrou o biquinho ao cordão do balão e pediu para a menina soltá-lo. Ela demorou um pouco, chupando a chupeta pela última vez e, depois, o soltou. Balão e chupeta voaram, enquanto as inevitáveis lágrimas da menininha rolaram pelo seu lindo rosto, até eles virarem uma única pintinha amarela no lindo e infinito céu azul de abril...

E você, já viu algum pai ter atitudes delicadas assim, para não fazer seus filhos sofrerem muito? Uma boa leitura!